2M e companhia estão a matar mais que SIDA e outras doenças no País

Beira (O Destaque) -O Ministro da Saúde, Ussene Hilário isse, fez um alerta severo e urgente: O pais está a enfrentar uma nova e silenciosa epidemia, que já não é causada por vírus ou bactérias, mas sim pelos maus hábitos de vida dos seus cidadãos. A revelação foi feita à margem da inauguração do novo bloco operatório e sala de reanimação do Hospital Geral da Beira, na quinta-feira da semana passa.

De acordo com o governante, os dados são alarmantes. Se em 2005 as doenças crónicas não transmissíveis – ligadas ao consumo de álcool, tabaco e alimentos ricos em açúcar e gordura – eram responsáveis por 8% das mortes no país, as projeções para 2025 indicam que esta taxa disparou para 29%. Este aumento dramático de 21% contrasta com a tendência positiva na luta contra as doenças infeciosas, como a malária e o HIV, cuja mortalidade tem vindo a cair consistentemente.

O país está a melhorar, está a diminuir a mortalidade por doenças infeciosas, mas a mortalidade por essas doenças crónicas não transmissíveis, ligadas a estes aspectos que eu falei anteriormente, aumentou”, declarou o Ministro, visivelmente preocupado. “É um desastre para o país e nós temos que mudar este cenário, porque um país só se desenvolve com pessoas com saúde.”

O ministro Armindo Tiago atribuiu este cenário crítico à mudança de hábitos e ao fácil acesso a produtos nocivos. “São ambientes como estes resultantes do fácil acesso a alguns produtos alimentares, entre eles nocivos à saúde, associados à proliferação de barracas de botelectrices, que têm vindo a causar problemas de saúde pública, contrariamente a 10 anos atrás, em que as doenças infeciosas é que eram o problema”, explicou.

Um dos factores mais preocupantes é o consumo de álcool. Estudos recentes citados pelo ministro indicam que o índice de consumo de bebidas alcoólicas aumentou em 44% nos últimos anos, atingindo agora 89% da população moçambicana.

O alerta foi lançado num momento simbólico: a inauguração de novas instalações cirúrgicas de alto nível no principal hospital da segunda maior cidade do país. O novo bloco operatório, que horas antes tinha acolhido uma equipa de cirurgia que realizou com sucesso uma operação de parto por cesariana e a remoção de um tumor da mama, representa o avanço do país no combate a uma série de problemas de saúde. No entanto, o ministro sublinhou que a tecnologia médica mais avançada será insuficiente se não for travada a vaga de doenças preveníveis, que estão a sobrecarregar o sistema nacional de saúde.

O apelo do Ministro da Saúde é claro: é necessária uma ação concertada do governo, das comunidades e de cada cidadão para promover estilos de vida mais saudáveis, invertendo uma tendência que ameaça o capital humano e o futuro desenvolvimento de Moçambique.

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