Maputo (O Destaque) -O ano de 2025 tem sido particularmente sombrio para as forças de segurança. Uma sequência de assassinatos brutais, com marcas inquietantemente semelhantes, está a deixar o Ministério do Interior sob pressão e a corporação em estado de alerta.
Tudo começou a 12 de junho, quando Carlitos Zandamela, chefe de reconhecimento da Polícia da República de Moçambique (PRM), foi morto a sangue-frio em Nkobe. O carro onde seguia foi alvejado com cerca de 50 disparos, um ataque coordenado, calculado e sem chance de sobrevivência.
Pouco tempo depois, dois outros agentes, um da investigação criminal e outro da PRM foram igualmente regados com 54 tiros, num acto que deixou sinais claros de execução deliberada e profissional. Até hoje, as motivações permanecem nebulosas, e os autores, invisíveis.
A sequência de mortes ganhou um novo capítulo esta segunda-feira, com o assassinato de mais um suposto agente, conhecido no bairro do T3 por “Mosquito”. Segundo relatos preliminares, o agente foi atingido mortalmente quando saía de casa ao amanhecer, num cenário que repete os mesmos traços dos anteriores: emboscada, número elevado de tiros e fuga limpa dos autores.
Em anonimato, uma fonte revelou ao Destaque que os malfeitores se faziam transportar por duas viaturas ligeiras, ao se aproximar da vítima, abriram fogo e deixaram todos nas medições em pânico, tendo dado espaço a operação.
Sem pistas concretas ou reivindicações, cresce o receio de que se trate de uma série de execuções internas ou retaliações de grupos organizados. A falta de respostas oficiais aprofunda o mistério, alimenta rumores e expõe fragilidades no sistema de segurança interna.
O silêncio das autoridades perante estes ataques, todos com um modus operandi quase idêntico, já levanta questões dentro e fora da corporação.