Nampula(O Destaque)– As ruas de Muatala, em Nampula, ecoaram com a presença da Polícia da República de Moçambique (PRM) nesta quinta-feira, 26 de junho de 2025. Uma operação meticulosa culminou na detenção de dez indivíduos, suspeitos de estarem no coração de uma rede de tráfico de drogas que vinha tecendo suas teias no bairro. Longe de ser uma ação isolada, esta intervenção surge como resposta a um cenário alarmante, que o Jornal NGANI, em reportagem exclusiva, havia alertado – um panorama onde o consumo e tráfico de substâncias ilícitas se enraizavam perigosamente.
A voz da PRM em Nampula, através de Rosa Chaúque, sua porta-voz, confirmou a estratégia: desmantelar os pilares do tráfico local que alimentam o consumo entre os jovens. “Dez indivíduos foram detidos em flagrante, consumindo as substâncias. E o ponto crucial: o proprietário da residência que abrigava essa ‘boca de fumo’ também foi detido”, detalhou Chaúque, lançando luz sobre o sucesso da operação.
A cena da apreensão revelou um arsenal ilícito: quantidades variadas de cannabis sativa, anfetaminas meticulosamente embaladas em saquetas, e uma soma de 18 mil meticais, presumivelmente fruto do comércio ilegal. O proprietário do local, para mascarar sua atividade sombria, operava sob o disfarce de agente de moeda eletrónica – uma tática que, segundo Chaúque, tem sido um ardil comum para driblar as autoridades nos bairros de Nampula.
A acção da PRM transcende o combate às drogas. Em um desdobramento paralelo, a polícia desvendou uma engenhosa fraude documental. Dois indivíduos foram implicados na falsificação de documentos de um combatente falecido, utilizando-os para subtrair mais de 204 mil meticais de uma instituição bancária. O esquema, de contornos audaciosos, contava com a cumplicidade de um funcionário do banco e envolvia um idoso de 67 anos, figura utilizada como “testa-de-ferro” para efetuar os levantamentos.
O proprietário da agora desativada “boca de fumo” confessou ter recebido as substâncias de um cidadão estrangeiro, cujo paradeiro é desconhecido. A motivação por trás do tráfico? A quitação de uma dívida de 75 mil meticais.
A PRM reitera seu apelo vital à comunidade: a colaboração. “A participação activa da população é fundamental para que possamos travar o avanço do crime e proteger os nossos jovens”, enfatizou Chaúque.
