Maputo (O Destaque) – Mais de um bilião de pessoas em todo o mundo vive com perturbações mentais como a ansiedade e a depressão. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para o crescimento acelerado deste problema de saúde global e para a falta de investimento na área.
O relatório da OMS, publicado recentemente, estima que em 2021, 14% da população mundial (mais de 1 bilião de indivíduos) sofria de uma perturbação mental. A maioria vive em países de baixo e médio rendimento, uma categoria em que Moçambique se enquadra. Os dados mostram que entre 2011 e 2021, o número de pessoas com distúrbios mentais cresceu mais rapidamente que a população global. Os jovens entre os 20 e os 29 anos são os mais afectados, com um aumento de 1,8% na prevalência, e cerca de um terço dos casos na idade adulta desenvolve-se antes dos 14 anos.
O impacto económico e social é significativo. A OMS revela que anualmente se perdem 12 biliões de dias de trabalho devido à depressão e à ansiedade. Apesar disso, os países, em média, destinam apenas 2% dos seus orçamentos de saúde para a saúde mental. Em nações de baixo rendimento, a situação é ainda mais crítica, com apenas um profissional de saúde mental para cada 100 mil habitantes, em comparação com mais de 60 em países de alto rendimento.
Um dos dados mais preocupantes do relatório é que o suicídio ceifou cerca de 727 mil vidas em 2021, tornando-se uma das principais causas de morte entre os jovens. O progresso para atingir a meta da ONU de reduzir as taxas de suicídio em um terço até 2030 está aquém do esperado.
A OMS apela para que os governos, incluindo o de Moçambique, invistam mais na saúde mental, desenvolvendo serviços de cuidados comunitários e afastando-se da dependência de hospitais psiquiátricos. É um desafio global que exige uma resposta séria e concertada.