Maputo (O Destaque) –Moçambique levou à 30ª Conferência das Partes (COP30), no Brasil, uma mensagem e urgente: o país precisa de apoio internacional para enfrentar os impactos devastadores das mudanças climáticas e alcançar a resiliência necessária para proteger as suas populações.
Com o lema “Cada grau conta, cada vida importa”, a delegação moçambicana defendeu uma ação climática justa e o reforço do financiamento internacional, estimando em 37,2 mil milhões de dólares o montante necessário para implementar medidas que garantam a adaptação e mitigação eficazes.
Moçambique figura entre os países mais vulneráveis do mundo aos efeitos da crise climática. Ciclones, cheias e secas prolongadas têm marcado a última década, com destaque para os recentes ciclones Chido, Dikeledi e Jude, que, só nos últimos dois anos, causaram 223 mortes e afectaram milhares de famílias.
Apesar das dificuldades, o país tem assumido compromissos concretos. Destacam-se a implementação da sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), o avanço nos programas REDD+ e o lançamento da Iniciativa de Preservação e Proteção da Floresta do Miombo, que posiciona Moçambique como referência na conservação ambiental regional.
Moçambique apelou aos países desenvolvidos para que cumpram com os compromissos financeiros, operacionalizem o Fundo de Perdas e Danos e apoiem uma transição energética justa, centrada nas necessidades das populações africanas e na preservação dos ecossistemas.
Na reta final da sua intervenção, a delegação moçambicana reforçou que “proteger o sistema climático é um dever moral e uma responsabilidade coletiva”. O país reafirmou o seu compromisso com soluções sustentáveis, mas lembrou que nenhuma nação pode enfrentar esta crise sozinha.
