SUBSÍDIO APÓS VANDALIZAÇÕES: “VÃO COMER ENTRE ELES”

Maputo (O Destaque) – O Governo decidiu e os bancos disseram “sim” à ordem dada para apoiarem na recuperação económica de mais de 900 empresas vandalizadas, no contexto das manifestações pós-eleitorais, num plano denominado “Medidas Financeiras para a Recuperação Económica”, que visa mitigar o impacto das destruições. Mas atenção: o bolo é apenas destinado a empresas com mais de 100 trabalhadores. Ou seja, as que têm abaixo de 100, por mais que tenham sido vandalizadas e saqueadas, não são abrangidas pelo fundo.

A linha de crédito é, no total, de 10 mil milhões de meticais e os valores poderão ser acedidos a uma taxa de juro de 15% anualmente, na banca comercial.

A assistência à tesouraria, o reembolso do empréstimo e o juro poderá ser feito em 12 meses. Já para os investimentos, o prazo é de cinco anos.

“O montante máximo que cada empresa pode aceder é de 20 milhões de meticais. Está previsto um mecanismo de controle para assegurar que cada cliente beneficie até o limite de 20 milhões de meticais no sistema financeiro”, deu conhecer o Teotónio Comiche, presidente da Associação Moçambicana de Bancos (AMB).

O valor estará disponível em vários bancos e caberá a estes fazer a análise do risco de cada empresa com bases em alguns procedimentos internos.

Para ter acesso aos créditos, os bancos deverão solicitar garantias às empresas e o crédito estará disponível de 1 de Março a 30 de Setembro.

As políticas da linha de financiamento foram anunciadas na manhã desta sexta-feira (28.02) pelo Executivo moçambicano, representado pelo ministro da Economia, Basílio Muhate e a ministra das Finanças, Carla Alexandra Louveira.

Na ocasião, o sector privado manifestou preocupação em relação à componente segurança, para garantia da melhoria no ambiente de negócios.

Em resposta, Governo diz estar a trabalhar para medidas de longo prazo, incluindo a restauração da segurança.

“Estamos conscientes das preocupações com a segurança das pessoas, bem como a propriedade privada e pública, e como isso afecta o investimento e as actividades económicas do dia a dia. E é nesses termos que continuamos a trabalhar para a manutenção da lei e ordem, do resgate da confiança dos investimentos”, afirmou Carla Louveira.

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