Maputo (O Destaque) -Um caso que belisca a liberdade de imprensa no país está a ganhar contornos preocupantes, a jornalista Selma Inocência Marivate encontra-se internada na Alemanha, em estado grave, após exames médicos revelarem níveis elevados de metais pesados no seu organismo. A suspeita de envenenamento ocorreu depois de uma missão profissional em Maputo, em Março deste ano num período que o país acabava de viver uma convulsão social, no contexto das manifestações.
Curiosamente, Selma Marivate denunciava atuações da polícia.
A jornalista vive e trabalha actualmente na Alemanha, começou a apresentar sintomas severos logo após regressar do país. Após uma bateria de testes, médicos identificaram substâncias tóxicas em concentrações consideradas anormais. “As quantidades encontradas não se justificam por exposição acidental. Tudo aponta para um acto deliberado”, revelou uma fonte médica à imprensa alemã.
O caso levantou de imediato preocupações internacionais. A Amnistia Internacional instou o governo a abrir uma investigação célere, independente e imparcial, apelando ainda a uma condenação firme de qualquer forma de repressão contra profissionais da comunicação social.
“Se confirmado, trata-se de um atentado à integridade de uma jornalista e à liberdade de imprensa em Moçambique. Nenhum jornalista deve temer pela sua vida por exercer a sua profissão”, declarou a organização em comunicado.
A Associação de Jornalistas e a sociedade civil também exigem esclarecimentos públicos, destacando que o ambiente para o jornalismo crítico no país se tem tornado cada vez mais hostil.
Neste momento, Selma Marivate permanece em tratamento intensivo, submetida a terapias de desintoxicação. Familiares, colegas e organizações de direitos humanos acompanham o caso com crescente apreensão, exigindo que as autoridades não fiquem em silêncio.