LAM fecha 2023 com prejuízo de 3,9 mil milhões e Estado injeta mil milhões para evitar colapso

Maputo (O Destaque) -Num cenário em que algumas províncias procuram maximizar o seu potencial económico, outras áreas continuam a depender de pesados apoios do Estado. É o caso das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), que encerrou o exercício económico de 2023 com prejuízos na ordem de 3,9 mil milhões de meticais, obrigando o Estado a intervir com uma injeção de mil milhões de meticais para evitar a sua falência.

De acordo com o relatório de Demonstrações Financeiras, apesar de um modesto crescimento de 4% nas vendas totalizando 8,8 mil milhões de meticais, a companhia continua a enfrentar um desequilíbrio crítico,os seus passivos correntes superam os activos correntes em 18,6 mil milhões de meticais, um indicador que levanta sérias dúvidas sobre a sua viabilidade operacional.

Face à gravidade da situação, o Conselho de Administração da LAM submeteu propostas urgentes aos accionistas, apelando a medidas de curto e médio prazo. Em resposta, o Instituto de Gestão de Participações do Estado (IGEPE) emitiu, em Outubro de 2024, uma carta de conforto assegurando apoio financeiro à transportadora, permitindo-lhe manter o mínimo de estabilidade no cumprimento das suas obrigações.

Com uma frota reduzida, frequentes atrasos e desafios técnicos atribuídos a falhas na manutenção dos aviões, a LAM vem acumulando problemas estruturais ao longo dos anos. Especialistas do sector defendem que a sobrevivência da companhia dependerá de uma reestruturação profunda, com foco na eficiência operacional, diversificação de receitas e modernização da frota.

A transportadora nacional, que outrora foi símbolo de conectividade e orgulho nacional, enfrenta hoje o desafio de recuperar a confiança dos passageiros e garantir a sua sustentabilidade sem depender continuamente de recursos públicos.

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