Xai-Xai (O Destaque) -Num clima de frustração crescente, Xai-Xai assistiu esta semana à paralisação de mais de 300 funcionários do Conselho Municipal, incluindo 150 trabalhadores sazonais, que exigem a implementação imediata da Tabela Salarial Única (TSU). O que começou como uma promessa de melhoria virou, para muitos, mais um episódio de esperança adiada.
Desde junho, os funcionários aguardam que a nova tabela, aprovada pela Assembleia Municipal a 1 de julho, seja reflectida nos seus salários. Mas, segundo denunciam, “nada mudou” nos seus contracheques. A ironia? Alguns membros da própria Assembleia já beneficiam dos ajustes e até retroativos um privilégio que os manifestantes consideram um golpe à moral colectiva.
Os trabalhadores sazonais, em particular, dizem estar entre os mais esquecidos. Com salários que rondam os 2 mil meticais, sentem-se invisíveis num sistema que, segundo dizem, os usa durante as campanhas de limpeza e obras públicas e depois os descarta quando chega a hora de ajustar direitos.
Do outro lado, a vereadora de Administração e Finanças alega que o processo de implementação é “gradual” e que nem todos os trabalhadores são automaticamente abrangidos pela nova tabela. Ainda assim, os grevistas mantêm-se firmes, exigindo equidade e clareza.
Enquanto isso, os serviços municipais funcionam a meio-gás, e a cidade, que depende destes trabalhadores para manter o mínimo de ordem urbana, começa a sentir os efeitos do descontentamento. O diálogo parece inevitável, mas até lá, Xai-Xai está em pausa à espera de um tsunami de justiça que ainda não chegou.
