Vaticano nega origem sobrenatural das alegadas aparições de Jesus em Dozulé

Maputo (O Destaque) –O Vaticano pronunciou-se esta semana sobre um caso que há décadas alimenta debates entre fiéis e curiosos: as alegadas aparições de Jesus Cristo na pequena cidade de Dozulé, no norte de França. Segundo uma nova instrução doutrinal aprovada pelo Papa Francisco, os relatos não têm origem sobrenatural e não devem ser reconhecidos oficialmente pela Igreja Católica.

O fenómeno remonta à década de 1970, quando uma mulher católica afirmou ter visto Jesus 49 vezes. Segundo o seu testemunho, Ele lhe teria transmitido mensagens e orientações espirituais, incluindo a construção de uma cruz com 7,38 metros de altura num monte local, iniciativa que, desde então, atraiu peregrinos e curiosos.

Contudo, o Dicastério para a Doutrina da Fé, órgão responsável por avaliar fenómenos sobrenaturais, concluiu que as supostas visões não apresentam elementos que confirmem autenticidade divina. “O fenómeno das alegadas aparições deve ser considerado, definitivamente, como não sendo de origem sobrenatural, com todas as consequências que decorrem desta determinação”, lê-se no documento.

A Santa Sé sublinhou ainda que o conteúdo das mensagens atribuídas a Jesus inclui uma previsão do fim do mundo antes do ano 2000 algo que, evidentemente, não se concretizou. “Claramente, esta pretensa profecia não se cumpriu”, afirmou o Vaticano.

Apesar de reconhecer que aparições marianas ou cristológicas podem acontecer e, que algumas são oficialmente aceites, como a de Nossa Senhora de Guadalupe (México, 1531) ou a de Jesus à irmã Faustina Kowalska (Polónia, 1930s)

 o Vaticano reforçou que tais fenómenos requerem prudência e discernimento rigoroso, sobretudo para evitar confusão teológica ou exploração comercial.

A Cruz não precisa de 738 metros de aço ou concreto para ser reconhecida: ela é erguida cada vez que um coração, movido pela graça, se abre ao perdão”, conclui poeticamente a nota da Santa Sé.

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