Maputo (O Destaque) – Em meio à porta do dia dos trabalhadores, funcionários da Simbi Mining Services, subcontratada da mineradora Vulcan em Moatize, paralisaram as actividades desde a última terça-feira, exigindo o pagamento de salários em atraso referentes aos meses de fevereiro, março e abril. Os grevistas realizaram um protesto no recinto da empresa, onde pretendem permanecer até que a situação seja resolvida.
Um dos trabalhadores expressou a frustração colectiva, questionando: “Prometeste uma data, chegou a nada e o salário não veio. Prometeste outra data, mas até agora não há dinheiro. A pergunta é: o dinheiro que a Vulcan deu pelo nosso esforço está onde?”. Os funcionários afirmam que a promessa de pagamento feita pela empresa no mês anterior não se concretizou, motivando a segunda paralisação em um curto período.
Além da questão salarial, os trabalhadores denunciaram relatos de maus tratos por parte da gestão da empresa. Um dos grevistas desabafou sobre a difícil situação: “Fica complicado, como o colega dizia, sentar aqui, desde ontem à noite, e mesmo se formos para ir para casa não temos como, porque os donos das casas trancaram. Então, não estamos aqui por capricho, é estômago”. A equipe da Inspeção Geral do Trabalho e a polícia estiveram no local, buscando intermediar o conflito e apaziguar os ânimos, mas a presença das autoridades não dissuadiu os trabalhadores de manterem a greve até receberem seus vencimentos.
A Simbi Mining Services apresentou uma proposta de pagamento dos salários em atraso a partir do dia 15 de maio, com as transações bancárias a serem efectuadas em duas fases. Uma gestora da empresa explicou: “A proposta era de pagar dia 15 um salário, e até dia 30 pagar o restante dos dois salários”.
A empresa encontra-se paralisada há cerca de dois meses, e uma fonte interna assegurou que, apesar da interrupção das operações, não haverá encerramento definitivo, pois a Simbi Mining Services aguarda a aquisição de novos equipamentos para retomar suas actividades.
A situação dos trabalhadores em greve permanece incerta, dependendo da concretização da promessa de pagamento por parte da empresa.
