INGD BUSCA SOLUÇÕES PARA CERCA DE 800MIL FAMÍLIAS SEM TECTO

[09:01, 01/04/2025] Pagula 😊❤️:
Maputo (O Destaque)-
Cerca 800 mil almas encontram-se desalojadas, vivendo a dura realidade do deslocamento interno. Atingidos por conflitos armados que rasgam o tecido social e pelos golpes cada vez mais severos das mudanças climáticas, estes cidadãos clamam por assistência, enquanto o Instituto Nacional de Gestão de Riscos de Desastres (INGD) lança um apelo urgente por 48.9 mil milhões de meticais para tecer uma rede de apoio e esperança.

A dimensão da crise faz se sentir. Em apenas dois anos, entre 2023 e 2025, o número de deslocados internos saltou de 709 mil para mais de 800 mil, pintando um quadro preocupante da vulnerabilidade que assola diversas regiões do país. Famílias inteiras perderam não apenas seus lares, mas também seus pertences, sua segurança e, por vezes, seus entes queridos. A presidente do INGD, Luisa Meque, descreveu a dolorosa situação: “Fazemos referência ao processo de destruição das casas das famílias, onde perderam os seus bens, algumas devido ao terrorismo, outras porque sofreram com os impactos cíclicos dos ciclones. Os desastres naturais afectaram muitas famílias”.

Diante desta crescente emergência humanitária, o INGD apresentou hoje um Plano de Acçã, com o objectivo de reforçar a assistência e pavimentar o caminho para a recuperação destas comunidades fragilizadas. “O presente plano define as acções de resposta a deslocação interna e redução da pobreza em matéria de acesso a serviços sociais básicos, como a educação, saúde, saneamento e abastecimento de água, inclusão e segurança social, bem como protecção e oportunidades econômicas”, detalhou Luisa Meque, depositando esperança na concretização destas medidas.

A materialização deste plano, com um custo estimado de 48.9 mil milhões de meticais, depende crucialmente da generosidade e do apoio de parceiros nacionais e internacionais. Nesse sentido, Nelson Tivane, representante do Conselho Norueguês para Refugiados (NRC), manifestou o interesse da organização em colaborar activamente. “Existem áreas de interesse do NRC, como por exemplo, a resposta rápida a emergência, educação e emergência, habitação e meios de subsistência. O NRC está a discutir com os seus doadores para a procura de fundos para auxiliar o governo nas iniciativas de implementação destas actividades nas províncias mais críticas sob o ponto de vista de deslocação interna”, afirmou Tivane, sinalizando um raio de esperança para as centenas de milhares de moçambicanos deslocados.

A visão do Plano de Acção Nacional para a Gestão de Deslocados Internos estende-se até 2029, um horizonte temporal que reflecte a complexidade e a urgência de reconstruir vidas e comunidades. A jornada será longa e desafiadora, mas o lançamento deste plano representa um passo crucial para oferecer mais do que assistência imediata: a promessa de um futuro onde a resiliência floresça e a dignidade seja restaurada para cada um dos mais de 800 mil famílias que anseiam por um lar e por um recomeço breve.

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