A Avenida Moçambique, o símbolo de progresso e ligação, tem se transformado, nos últimos dias, num palco de protestos acalorados. O asfalto, cravejado de barricadas, ecoa o clamor de uma população exausta de lutar contra a escalada dos preços.
A título de exemplo, no troço Benfica-Brigada Montada, a fúria dos manifestantes transbordou, esta sexta-feira, numa proibição aos semi-colectivos, “obrigando” os transportadores a descarregar os passageiros, que se viram forçados a longas caminhadas sob o sol inclemente. O caos instalou-se na via, artéria vital da cidade, que por minutos estrangulou-se pela revolta.
No meio da multidão enfurecida, ergue-se a voz de uma mulher, ecoando a frustração de muitos: “Queremos que o Governo resolva o problema do custo de vida! Não podemos mais viver assim!”.
O seu grito, inflamado pela indignação, é um rastilho que se propaga, contagiando cada vez mais pessoas. A Avenida Moçambique, antes palco de progresso, transforma-se em símbolo de resistência.
