Maputo (O Destaque) -Dois meses após ter sido eleito secretário-geral do partido Podemos, Alberto Ferreira surpreendeu ao renunciar ao cargo, antes mesmo de tomar posse formalmente. A decisão, segundo o próprio e confirmado pela direcção do partido, foi motivada por “razões pessoais”.
Ferreira, que viu sua eleição ser contestada internamente, chegou a recorrer ao Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, que acabou por suspender a repetição da votação e validou o seu mandato. No entanto, mesmo com o aval da justiça, optou por recuar. “Decidi afastar-me por questões estritamente pessoais”, disse Ferreira em breves declarações a O Destaque.
O processo eleitoral, realizado entre 24 e 25 de Maio, foi marcado por tensões e desacordos, culminando na rejeição dos resultados pela Comissão Eleitoral do partido, sob o argumento de que Ferreira não teria alcançado a maioria absoluta exigida. A disputa interna trouxe à tona divergências dentro das estruturas partidárias.
O porta-voz do Podemos, Duclésio Chico, confirmou a renúncia e esclareceu que Ferreira continua a ser membro activo do partido e que desempenha outras funções. “O compatriota Ferreira decidiu recuar por razões pessoais. Continuamos a contar com a sua experiência noutras frentes do partido”, afirmou.
A substituição de Ferreira ainda não tem data definida. Segundo Chico, os mecanismos de nomeação de um novo secretário-geral só serão definidos após a realização da 12ª sessão do Conselho Político, marcada para as próximas semanas.
Apesar das turbulências, o Podemos procura agora projectar estabilidade interna e garantir que os próximos passos sejam orientados pelo respeito aos estatutos e à coesão institucional.
