Burkina Faso considera órgãos eleitorais uma “burla” e transfere comando para o Ministério do Interior

Maputo (O Destaque) –O Parlamento do Burkina Faso aprovou esta semana a dissolução da Comissão Nacional Eleitoral Independente (CENI), numa decisão que marca uma nova etapa da reconfiguração institucional liderada pelo governo militar. A CENI foi considerada um “desperdício de dinheiro” e será substituída, em suas funções, pelo Ministério da Administração Territorial.

A medida surge num contexto de crescente distanciamento entre o Burkina Faso e as potências estrangeiras. O Presidente de transição, Ibrahim Traoré, justificou a decisão afirmando que a Comissão “servia de ferramenta para vender influência estrangeira”, defendendo um modelo de governança mais “soberano e eficiente”.

Com a CENI desmantelada, caberá agora ao Ministério organizar e supervisionar os futuros processos eleitorais no país. Segundo o governo, a nova abordagem permitirá maior controle interno e racionalização de recursos públicos.

A decisão está a gerar reações diversas, tanto a nível interno como entre observadores internacionais, que acompanham com atenção os desdobramentos políticos no país. Organizações da sociedade civil alertam para a importância de garantir transparência e credibilidade nos futuros processos eleitorais, independentemente da estrutura encarregada da sua gestão.

O Burkina Faso junta-se assim a uma lista crescente de países da região que optam por modelos de governação menos dependentes de instituições influenciadas por actores externos, numa tentativa de reafirmar a sua autonomia política e administrativa.

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