Maputo (O Destaque) 24 de Fevereiro de 2025 – O Presidente da República, Daniel Chapo, decidiu levar a reunião do Conselho de Ministros desta terça-feira (25.02) para Pemba, na província de Cabo Delgado, um gesto que parece buscar uma conexão mais próxima com a população local, que enfrenta os horrores do terrorismo desde 2017. No entanto, essa escolha levanta questões sobre a coerência das suas promessas e o impacto financeiro desse movimento.
Durante sua posse, Chapo havia prometido uma gestão focada na redução das despesas do Estado, incluindo cortes nos ministérios e a eliminação de secretarias de Estado redundantes. Porém, o que se vê é um cenário oposto: a introdução de novos secretários nos ministérioz e nenhuma acção concreta para aliviar as contas públicas.
A decisão de realizar a reunião em Pemba parece contradizer essas promessas. A logística envolvida em transportar mais de 15 ministros, junto com suas equipas de apoio, gera custos exorbitantes com transporte aéreo, alojamento e alimentação. E fica a pergunta no ar: quem arca com todos esses gastos? O Governo realmente dispõe de recursos suficientes para justificar tal despesa em um momento em que a população luta contra os impactos da crise?
Enquanto os ministros discutem políticas em Cabo Delgado, muitos cidadãos se perguntam se esse é o melhor uso dos recursos públicos. A realidade é que, enquanto as despesas aumentam, as promessas de austeridade parecem cada vez mais distantes.
Chapo precisa urgentemente alinhar suas acções com suas palavras. O povo está atento e exige não apenas gestos simbólicos, mas também acções concretas que reflitam um compromisso genuíno com a redução das despesas públicas e a melhoria da situação no país. Senão, as manifestações só irão piorar…
