Correm processos-criminais pós caos que tomaram o país

Maputo (O Destaque)- O Ministério Público lançou uma ofensiva judicial sem precedentes, revelando 742 processos-crime que investigam o rastro de destruição e violência que assolou o país pós eleições de outubro passado. A onda de protestos pós-eleitorais, que transformou cidades em palcos de guerra, resultou em números alarmantes: quase 400 mortos, milhares de estabelecimentos comerciais e escolas devastadas, e a fuga em massa de mais de 1.500 reclusos.

Entre os casos investigados, 31 envolvem agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), beliscando a reputação da força de segurança e levantando questões sobre o uso do excesso de zelo durante os tumultos. A cidade Maputo e província emergem como epicentros do caos, com centenas de casos de roubo agravado, vandalismo e violência aterrorizando a população.

A fuga em massa de reclusos, que resultou na morte de 35 deles, expôs a fragilidade do sistema prisional do país e adicionou uma camada extra de perigo às ruas já inflamadas. Enquanto as autoridades conseguiram recapturar uma pequena parcela dos fugitivos, a maioria permanece à solta, representando uma ameaça constante à segurança pública.

Organizações não governamentais denunciam um número de mortos muito superior ao divulgado pelo governo, alimentando a desconfiança e o clamor por justiça. A reconstrução dos 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias destruídas nos confrontos exigirá um esforço monumental, enquanto o país busca estabilidade pós eleições.

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