Inhambane (O Destaque) – O Delegado Político do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), em Vilanculo, Daniel Patrício Macaringue, convocou a imprensa nesta quarta-feira para denunciar o que classificou como “desorganização e caos” na estrutura partidária na província de Inhambane. Macaringue acusou o Delegado Político Provincial, Nelson Almeida, e o Diretor do Gabinete Provincial de Eleições, Joel Jeremias, de promoverem práticas discriminatórias e clientelistas que estariam a enfraquecer o partido.
Macaringue afirmou ainda que os cargos de liderança, candidaturas a deputados e benefícios do partido estão concentrados em membros de apenas três localidades: Inhambane, Maxixe, Homoíne e Morrumbene marginalizando os outros 11 distritos da província. “Os membros do Conselho Nacional são quase exclusivamente dessas áreas. Até os deputados da Assembleia da República vêm desse mesmo grupo, enquanto os outros distritos são tratados como satélites“, declarou.
O delegado denunciou ainda a má distribuição de recursos durante a passada campanha eleitoral. Enquanto distritos como Morrumbene receberam 30 mil meticais e 1.500 camisetas, outros, como Vilanculo e Mabote, teriam ficado com apenas 5 a 7 mil meticais para 45 dias de campanha. “Como se faz campanha ao sol e à chuva com tão pouco?”, questionou o delegado.
Outra crítica foi direcionada à ocupação de vagas do MDM em comissões eleitorais por pessoas alheias aos distritos. “Em vez de membros locais, que lutam pelo partido, a delegação provincial envia desconhecidos, possivelmente aliados de Maxixe, para usufruírem dos salários (que chegam a 28 mil meticais). Isso é um roubo às bases“, acusou.
Macaringue revelou que os delegados distritais foram impedidos de se reunir com a secretária-geral do MDM durante sua visita a Inhambane. “Ela só ouviu o ‘grupo oligárquico’ provincial, que manipula informações. Como podemos resolver problemas sem diálogo?”, indagou. Em tom de ultimato, o delegado exigiu, “com caráter de urgência“, uma reunião inclusiva com o presidente Lutero Simango ou a secretária-geral. “Se não houver resposta, o caos já instalado piorará. Não aceitamos ser desvalorizados“, alertou, sem descartar migrações para outros partidos caso não haja mudanças.
