Entre sorrisos e naufrágios: Arnaldo Sondiua Revela a alma poética de Niassa

Mandimba (O Destaque) –O Complexo Sítio, em Mandimba, foi palco, no dia 5 de Julho, de uma celebração singular da palavra e da identidade moçambicana, com o lançamento oficial do livro “O Naufrágio do Sorriso”, da autoria do académico e poeta Arnaldo Sondiua. Num ambiente de partilha literária e afectiva, a obra foi apresentada como uma travessia emocional que confronta perdas, memórias e resistências.

A cerimónia, marcada por momentos de reflexão profunda, contou com a intervenção do Administrador do Distrito, que assumiu o papel de apresentador da obra. Em sua leitura, “O Naufrágio do Sorriso” não é apenas um lamento lírico, mas um testemunho da persistência interior: “É o grito de um sorriso que se recusa a afundar, mesmo sob o peso dos amores partidos e das memórias não ditas”.

Na tentativa de descodificar o universo poético de Sondiua, o apresentador dividiu o autor em dois registos simbólicos: o poeta lírico e o observador contemplativo. A leitura dos poemas “Eu Sou Lichinga”e “A Caneta” serviu de ponte para essa dualidade entre o íntimo e o universal.

O próprio autor explicou que a obra se alicerça sobre quatro eixos fundamentais identidade, dignidade humana, renascimento e solidariedade cada um explorado com sensibilidade através de composições como “De Lá Nós Nascemos”, “Sapatos Gastos”, “Espero”e “Flor Que Não Murcha”. Poemas que ora abraçam a memória, ora desafiam o esquecimento.

Com chancela da Predestinada Edições, liderada por Amélia Matavele, o lançamento foi mais do que um acto literário foi um reencontro com as raízes, com a terra e com os sorrisos que resistem mesmo quando naufragam.

“O Naufrágio do Sorriso” apresenta-se, assim, como um espelho do Niassa profundo e um convite ao país a mergulhar na poesia como forma de (re)descoberta e reconstrução.

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