Maputo (O Destaque) -O Governo manifestou preocupação com a recente onda de ataques na província de Cabo Delgado, cuja autoria permanece indefinida, levantando dúvidas sobre a possível participação de grupos terroristas ou do movimento paramilitar conhecido como Naparamas.
Durante a 27ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, realizada em 5 de agosto de 2025, o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, afirmou que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) estão a trabalhar intensamente para restaurar a estabilidade na região.
“Estamos atentos, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) e as autoridades locais, em forma de protecção das populações, deverão repelir naturalmente qualquer situação que ponha em perigo a vida dos moçambicanos,” declarou Impissa, destacando os esforços contínuos para garantir a segurança dos cidadãos.
A incerteza quanto à autoria dos ataques é agravada pela falta de reivindicações claras por parte dos Naparamas, um grupo paramilitar com origens na década de 1980. O Governo reconhece a necessidade de compreender as motivações deste grupo para abordar adequadamente a situação.
“Não sabemos o que reclamam efectivamente, este é que é o problema grande e normalmente é preciso saber o que é que se reivindica para depois daí sabermos como é que se ajustam as reivindicações,” explicou Impissa, apelando para que os Naparamas se aproximem das autoridades e apresentem as suas preocupações .
Além disso, o Governo informou que ainda não há confirmação de que os dois indivíduos linchados pela população no distrito de Chiure pertençam às forças de defesa, mas investigações estão em curso para esclarecer o incidente.
Quanto à assistência humanitária aos deslocados do terrorismo, o Governo reiterou que a lei permite apoio por um período máximo de três meses. Após esse período, espera-se que a população se reintegre e busque meios de subsistência, seja nos centros de acolhimento ou retornando às suas áreas de origem, caso as condições de segurança estejam restabelecidas.
A situação em Cabo Delgado continua a ser monitorada de perto pelas autoridades, que buscam soluções eficazes para conter a violência e garantir a segurança e o bem-estar das comunidades afectadas.
