Maputo (O Destaque) –Três humoristas lusófonos o angolano Gilmário Vemba, o português Hugo Sousa e o brasileiro Murilo Couto foram recentemente impedidos de entrar em Moçambique, onde tinham agendado uma apresentação na cidade de Maputo. O incidente, que ocorreu no Aeroporto Internacional de Mavalane, levantou críticas quanto à conduta das autoridades migratórias e à gestão do caso.
A decisão foi justificada pelo Serviço Nacional de Migração (SENAMI), que alegou incompatibilidade entre o tipo de visto apresentado e a natureza da atividade que os artistas pretendiam realizar. De acordo com Zainadine Danane, diretor-geral do SENAMI, “os três cidadãos apresentaram-se com vistos de turismo, quando o propósito da visita era de carácter cultural, o que exige um tipo de visto diferente”.
Os humoristas, por sua vez, afirmam ter sido surpreendidos pela decisão e denunciam o que consideram ter sido um tratamento degradante. “Foi desumano. Dormimos no chão, sem acesso a comida ou água”, relatou Gilmário Vemba. Hugo Sousa descreveu o episódio como “muito complicado e constrangedor”, sublinhando que o grupo tentou dialogar com as autoridades, mas sem sucesso.
Apesar de reconhecer que o visto pode não ter sido o mais adequado, Vemba sublinhou que já havia atuado em Moçambique anteriormente “sem qualquer entrave”, o que torna este episódio ainda mais difícil de compreender.
A promotora do espetáculo Tons de Comédia lamentou o sucedido, afirmando que todas as diligências legais foram feitas atempadamente. Já Venâncio Mondlane sugeriu que a decisão de barrar os artistas poderá ter tido motivações políticas, tendo em conta declarações públicas de apoio a figuras da oposição feitas por Gilmário.
