Luanda (O Destaque) -A crescente perturbação causada pelo som elevado durante cultos, vigílias e demais actividades religiosas tem levado moradores de várias zonas residenciais da capital a pedirem uma actuação mais firme das autoridades.
Embora reconheçam o direito à liberdade religiosa, residentes afirmam que o uso excessivo de equipamentos de som em algumas igrejas tem comprometido o descanso e a tranquilidade em áreas habitacionais, com especial incidência durante o período nocturno.
“Temos sido acordados madrugada dentro por megafones e cânticos em volume elevado. É impossível descansar ou manter uma rotina saudável assim”, desabafa um morador do município do Kilamba Kiaxi.
Especialistas em saúde alertam que a poluição sonora persistente pode provocar efeitos negativos, incluindo insónias, aumento da tensão arterial e impactos emocionais cumulativos. “O ruído constante não é apenas incômodo; é um risco para a saúde pública”, explica a médica clínica geral Ana Paulo.
A legislação vigente determina que templos religiosos devem operar com respeito aos limites de som estabelecidos, especialmente em zonas habitadas. Sempre que houver violação, cabe às autoridades intervir, podendo inclusive aplicar sanções.
Medidas semelhantes já foram implementadas em outras províncias, como a proibição de cultos em áreas residenciais sem licença específica. A decisão, apoiada por organismos como o Conselho de Igrejas Cristãs de Angola (CICA), visa equilibrar a liberdade de culto com o direito ao sossego.
Perante o aumento das reclamações, a sociedade civil apela agora por uma fiscalização mais eficaz e por soluções dialogadas que preservem tanto o bem-estar da população quanto os princípios constitucionais de liberdade religiosa.
