Maputo (O Destaque)-A capital do país acordou sob protestos dos trabalhadores de transportes semi-coletivo vulgo “cobradores” exigindo remuneração justa e fim da exploração.
A principal artéria de acesso à capital do país, a Estrada Nacional Número Um (N1), foi palco de um protesto incomum e impactante na manhã de hoje. Um grupo de cobradores de transporte semi-coletivo de passageiros, popularmente conhecidos como “chapas”, bloquearam a circulação dos veículos em diversos pontos, paralisando o sistema de transporte e afectando a mobilidade de milhares de cidadãos.
A manifestação organizada de forma espontânea, visa denunciar as precárias condições de trabalho e a alegada injustiça na distribuição de receitas. Segundo relatos dos manifestantes, que preferiram manter o anonimato por receio de represálias, a actual dinâmica de divisão de ganhos ao final do dia os coloca em desvantagem significativa. “O motorista retira os custos de combustível, a sua parte da receita, e muitas vezes sobra pouco valor para o cobrador. Trabalhamos arduamente durante todo o dia para ficarmos quase sem nada”, desabafou um dos manifestantes.
O bloqueio da N1 foi efectivado através da obstrução da passagem dos “chapas” que tentavam seguir viagem. Em colaboração, os cobradores expressaram a frustração com a falta de diálogo e a sensação de impotência individual. “Quando tentamos reclamar, a resposta que recebemos é que, se não estamos satisfeitos, podemos deixar o trabalho. Mas esta é uma questão colectiva que precisa de uma solução para todos nós”, declararam.
A escolha da N1 como palco da reivindicação sublinha a determinação dos cobradores em tornar a sua situação visível e pressionar por respostas urgentes. A paralisação do transporte semi-coletivo, essencial para a mobilidade de grande parte da população de Maputo, gerou transtornos significativos e expôs a fragilidade do sistema dependente de “chapas”.
As exigências dos manifestantes centram-se na implementação de um sistema de remuneração mais justo e transparente, que garanta aos cobradores uma compensação proporcional ao seu trabalho e responsabilidades.
Os mesmos clamam por um modelo que vá além da divisão residual da receita diária, considerando a sua contribuição fundamental para a operação do transporte.
Até o momento, não houve pronunciamento oficial por parte das associações de transportadores ou das autoridades competentes sobre o protesto e as reivindicações dos cobradores. A situação na N1 permanece tensa, provocando um congestionamento
Utentes aguardam ansiosamente por uma resolução que restabeleça o transporte e atenda às queixas dos trabalhadores.
