Ministro da Saúde reuniu-se com médicos do HCM na tentativa de parar a greve

Maputo (O Destaque) – A tensão está ao rubro no sector da saúde. O Ministério da Saúde (MISAU) e a direcção do Hospital Central de Maputo (HCM) reuniram-se de urgência com os médicos do maior hospital do país, numa tentativa desesperada de travar uma greve iminente, convocada pela classe médica que exige o pagamento de 13 meses de horas extraordinárias em atraso.

A reunião que contou com a presença do Ministro da Saúde, Ussene Isse, e a direção do HCM, visava encontrar uma solução para a dívida que tem levado os profissionais de saúde à beira do desespero.

A greve não é o nosso objectivo e, por isso, até estamos abertos para negociar uma modalidade de pagamento. Mas caso não haja uma resposta satisfatória, vamos avançar“, alertou o porta-voz.

A indignação dos médicos é palpável. Enquanto o Estado alega falta de dinheiro para desfazer a dívida com os profissionais que trabalham para salvar vidas, a mesma entidade tem recursos para movimentar a tocha da unidade nacional de Cabo Delgado até Maputo. “Eles dizem que o Estado não tem dinheiro para pagar os médicos, mas o mesmo Estado tem dinheiro para movimentar a tocha da unidade de Cabo Delgado até Maputo. Isso não faz sentido“, desabafou o porta-voz, em alusão à marcha da tocha que celebra os 50 anos da independência.

Há três anos que o sector da saúde no país, tem sido palco de greves e paralisações, lideradas pela Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), que representa cerca de 65.000 profissionais.

A Associação Médica de Moçambique (AMM) também tem sido vocal na exigência de melhores condições de trabalho, tendo convocado diversas paralisações nos últimos dois anos.

O Governo, através do porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, tem apelado repetidamente ao diálogo, sublinhando que “não existe uma medida mágica para paralisar qualquer que seja a intenção de manifestar-se, seja por um direito, seja por qualquer outra razão, sobretudo num contexto de limitação de recursos, quando sabemos que a solução passa necessariamente por disponibilizar esses recursos”. A greve que ameaça paralisar o trabalho extraordinário teve início no dia 1 de Junho (principalmente a partir das 15:30 de domingo, além dos feriados e fins-de-semana), é vista pelos médicos como um último recurso.

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