Blantyre(O Destaque)-O antigo Presidente Peter Mutharika está de volta ao poder após uma vitória esmagadora nas Eleições Presidenciais de 2025 no Malawi, derrotando de forma convincente o Presidente em exercício, Lazarus Chakwera. A Comissão Eleitoral do Malawi (MEC) anunciou os resultados oficiais que dão a Mutharika uma maioria absoluta incontestável.
De acordo com a MEC, Peter Mutharika, do Partido Democrático Progressista (DPP), conquistou impressionantes 3.035.249 votos, o que equivale a 56,8% dos votos válidos. Lazarus Chakwera, do Partido do Congresso do Malawi (MCP), ficou em segundo lugar com 1.765.170 votos (33,0%), enquanto Dalitso Kabambe, do Movimento de Transformação Unida (UTM), obteve um resultado surpreendentemente baixo, com apenas 211.413 votos (4,0%). O total de votos válidos foi de 5.347.757, com 155.225 votos nulos.
A vitória de Mutharika foi transversal, com um desempenho forte em todas as três regiões do país. Pelo contrário, a influência de Chakwera ficou confinada a apenas quatro distritos da região central. Um sinal claro do descontentamento generalizado foi a perda da Cidade de Lilongwe, um antigo reduto onde Chakwera antes comandava um apoio considerável.
Analistas políticos sugerem que a aliança de Mutharika com a Aliança para a Democracia (Aford), liderada por Enock Chihana, foi decisiva para consolidar o seu apoio na Região Norte, onde Chakwera teve uma performance fraca. Esta estratégia revelou-se mais eficaz do que a jogada de Chakwera de escolher Vitumbiko Mumba, do Distrito de Mzimba, como seu candidato a vice-presidente. A nomeação de Mumba foi amplamente criticada como sendo nepotista, por ser considerado próximo do filho de Chakwera, Nick, e gerou conflitos internos no MCP, já que Chakwera ignorou políticos experientes como Gotani Hara e Abida Mia.
O governo de Chakwera foi marcado por divisões internas visíveis no seio do MCP, acusações de corrupção a alto nível – incluindo alegações que envolveram a sua própria casa – e uma das piores crises económicas da história recente do Malawi, caracterizada por hiperinflação e um custo de vida galopante. A sua frequente tendência para viajar para o estrangeiro, que lhe valeu a alcunha de “Tsiku Transport”, alimentou ainda mais o descontentamento popular.
O fraco resultado de Chakwera não surpreendeu muitos observadores. Uma sondagem realizada pela Malawi24 antes das eleições já o colocava apenas como o terceiro candidato mais popular. A verdadeira surpresa foi o desempenho medíocre de Dalitso Kabambe (UTM).
Fontes bem colocadas na Casa de Estado (State House) confirmaram à Malawi24 que o Presidente Lazarus Chakwera reconheceu formalmente a derrota esta tarde, após uma chamada de cortesia da MEC a informá-lo do resultado, como manda a lei para um presidente em exercício. Num comunicado, Chakwera parabenizou o rival, descrevendo a vitória de Mutharika como “resoundingly one” (uma vitória retumbante).
Com este resultado, Peter Mutharika regressa à presidência com um mandato forte e decisivo, tendo os eleitores malauianos claramente optado por uma mudança de direção face aos cinco anos conturbados sob a liderança de Lazarus Chakwera.
