Dar es salaam (O Destaque) – A Comissão Eleitoral da Tanzânia virou o jogo e causou uma verdadeira confusão na corrida presidencial. Nesta segunda-feira, a comissão anunciou que desqualificou, pela segunda vez, o candidato da oposição Luhaga Mpina. A decisão surge apenas dois dias depois de a própria comissão ter aprovado a candidatura dele, deixando toda a gente de boca aberta.
Com esta jogada, a Presidente Samia Suluhu Hassan fica com o caminho praticamente livre para ganhar as eleições do próximo mês. Agora, só restam candidatos de partidos pequenos para competir contra ela, enquanto as principais vozes de oposição foram silenciadas.
A eleição já ia acontecer sem o CHADEMA, que é o maior partido da oposição. Esse partido foi cortado da corrida ainda em Abril porque se recusou a assinar o código de conduta eleitoral, num protesto para exigir reformas.
Para piorar a situação, o candidato presidencial do CHADEMA, Tundu Lissu, já está na cadeia há mais de cinco meses. Ele foi acusado de traição, acusações que ele nega completamente.
Grupos que defendem os direitos humanos, como a Amnistia Internacional, estão a levantar a voz. Eles dizem que a prisão de Lissu e os raptos misteriosos de pessoas que criticam o governo mostram que há uma forte repressão a acontecer antes das eleições.
A confusão toda com a candidatura de Mpina começou no fim de semana passado. Depois de uma ordem do tribunal, a comissão eleitoral (INEC) tinha aceitado os papéis dele, um ex-deputado do partido no poder. Mas, de repente, mudou de ideias outra vez.
O partido de Mpina, o ACT-Wazalendo, já reagiu. O vice-porta-voz, Shangwe Ayo, disse num comunicado: “É nossa esperança que a comissão deixe cair todas as acusações contra o nosso candidato para que ele possa prosseguir com as campanhas e tentar liderar os tanzanianos.”
A situação está a ser acompanhada de perto, pois muitos temem que as eleições de Outubro possam não ser justas e livres.
