Maputo (O Destaque) –Venâncio Mondlane, líder do recém-aprovado partido político Anamola, regressou ao país esta segunda-feira, 18 de Agosto, num momento marcado por euforia popular e repressão policial. À chegada ao Aeroporto Internacional de Mavalane, em Maputo, foi recebido com aplausos por simpatizantes, mas, do lado de fora, a recepção foi outra: a Unidade de Intervenção Rápida (UIR) dispersou a multidão com gás lacrimogéneo e balas de borracha.
Numa intervenção carregada de simbolismo e crítica social, Mondlane afirmou: “O tempo em que fomos esquecidos está a passar para o passado. O tempo em que era normal ver uma criança sentada no chão está a passar para o passado. Estamos a caminhar para outro rumo.”
Num dos momentos mais marcantes do seu discurso, Mondlane declarou: “Se defender o povo é ser terrorista, então estou aqui eu, o chefe dos terroristas, e o terrorismo vai continuar.” A frase provocadora foi recebida com entusiasmo pelos presentes, mas também levanta o tom de confronto que poderá marcar a sua trajectória política.
O líder explicou que o símbolo do seu partido, um punho erguido representa “união e força popular”, e garantiu que os próximos passos incluem a realização da primeira sessão interna para definir as bases ideológicas. “Vamos definir as linhas-mestras. Vamos defender o povo acima do bolso. Vamos continuar firmes”,assegurou.
