Maputo (O Destaque) –A adjudicação de um contrato avaliado em 130 milhões de meticais à jovem empresa Future Technology, promovida pelo Instituto do Algodão e Oleaginosas de Moçambique, está a gerar um rasto de polémica que vai muito além da disputa empresarial. O Centro de Integridade Pública (CIP) e o Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD) levantaram suspeitas sobre uma possível interferência do actual Ministro da Agricultura, Roberto Mito, apontando supostas ligações entre o governante e a empresa vencedora.
No entanto, O Destaque apurou de fontes seguras e próximas ao processo que não há qualquer ligação directa entre o ministro e a Future Technology. Segundo essas fontes, os rumores são alimentados por uma disputa interna entre figuras ligadas à ex gestão e a nova liderança do sector.
“O ministro está num trabalho de desmantelamento. Tantos estão a ser exonerados”, revelou uma fonte sob anonimato, sugerindo que há resistência dentro do próprio aparelho estatal à nova gestão de Roberto Mito, que optou por interromper o controverso Projecto Sustenta, legado da administração anterior.
As mesmas fontes esclarecem que a polémica decorre de uma “revolta” gerada após a derrota de empresas ligadas a figuras próximas a ex-gestão, que não conseguiram vencer o concurso.
Quanto à alegada ligação do ministro à empresa adjudicatária, a mesma fonte detalha:
“A empresa que venceu é a Future Technologies. A empresa que tem sociedade com a Future é a Flamingo. É esta Flamingo que está na empresa Donawafika, onde o ministro também esteve… mas já mandou retirar os seus 2%, apesar de a empresa nunca ter operado desde 2015. Foi uma medida para evitar futuras associações maliciosas.”
A fonte conclui que está controvérsia faz parte de uma tentativa clara de derrubar Roberto Mito, por falta figuras próximas a antiga gestão.
A fonte acrescentou que o Ministério da Agricultura, através do próprio ministro Roberto Mito, enviou uma equipa ao Instituto do Algodão e Oleaginosas de Moçambique (IAOM) para averiguar de forma interna e transparente o processo de adjudicação. A mesma fonte fez questão de esclarecer que o IAOM é uma entidade autónoma na sua actuação, sem qualquer interferência directa do Ministério ou do titular da pasta, reforçando que a iniciativa da verificação visa apenas assegurar a confiança pública nos processos administrativos.
“é uma para derrubar o ministro, assim como foi com o Fi lume, é tudo uma poeira para sujar o ministro” finalizou
