Maputo (O Destaque) –O Presidente da República, Daniel Chapo, usou um discurso firme e directo na Conferência Nacional sobre Combate à Corrupção, realizada hoje em Maputo, para denunciar práticas enraizadas na função pública e lançar uma ofensiva institucional contra a corrupção no país.
Identificando os sectores das Unidades de Gestão de Aquisições (UGEA), finanças e património como focos críticos, Chapo não poupou palavras:
“Há funcionários que tudo fazem para serem colocados onde há “nhonga”. Onde não há refresco, não vale a pena,” disse, numa referência à busca de benefícios ilícitos.
A prática, segundo o Chefe de Estado, mina a confiança pública, desvia recursos do povo e atrasa o desenvolvimento Nacional.
Chapo defendeu a capacitação das instituições de fiscalização, investigação e justiça, com mais autonomia, recursos humanos e tecnologia.
Reformas na Administração Pública: Em curso estão a criação da Inspecção-Geral do Estado e da Central de Aquisições, medidas que visam reforçar o controlo e a responsabilização.
Cooperação activa.
O Presidente apelou ao envolvimento conjunto do Estado, da sociedade civil, do setor privado e dos parceiros internacionais, sublinhando que o combate à corrupção “não se faz de forma isolada”.
O encontro contou com representantes de países como Portugal, Brasil e Botswana, reforçando o carácter multilateral da iniciativa.
“Não haverá desenvolvimento sustentável sem integridade,” afirmou Chapo, destacando que a luta contra a corrupção é uma prioridade absoluta do Governo.
A estratégia agora lançada insere-se no Programa Quinquenal do Governo 2025–2029, que visa construir um Estado transparente, ético e centrado no cidadão.
