Maputo (O Destaque) –No âmbito das celebrações do 12 de Outubro, Dia do Professor, educadores das zonas Norte, Sul e Centro de Moçambique partilharam reflexões profundas sobre os desafios actuais da profissão.
Um professor do Sul destaca a desigualdade entre professores da cidade e do interior:
“É água, as vias de acesso não são adequadas. É água, as condições lá são do próprio professor.”
Sobre a inteligência artificial: “nos facilita, nos dá outra visão”, mas é “um mal para a camada dos alunos”, pois estes deixam de pensar.
João António Manuel, da Escola Secundária de Maromeu, é a voz da reivindicação: “Estamos tristes”, destaca a falta de pagamento das horas extras e questiona a prioridade do governo: “O país não é pobre! Existe dinheiro. Existe dinheiro.”
“Num dia de jogo de futebol, eu vou dar 100 mil para cada jogador… E o próprio governo vai levar 98 pessoas para os Estados Unidos… E depois de absorver o dinheiro, não existe dinheiro?”
“O médico mata só por cada vez, mas o professor mata 50 de uma vez.”
Guilherme Manassor, professor com 17 anos de experiência, lamenta a perda da essência do professor tradicional: “O professor não é aquele que eu lembro muito bem.”
“Era um método interativo e de comparação conjuntiva. Hoje, com a investigação em grupo, a qualidade e o propósito fundamental do ensino se dissipam.”
Sobre a inteligência artificial: “O aluno só tira a foto, ele já tem respostas. Então, ele deixa de dar mais preguiça ao aluno, não pensa muito.”
