Maputo (O Destaque) -A decisão dos Estados Unidos de reduzir significativamente os fundos destinados ao combate ao VIH/Sida em África está a causar profunda preocupação em Moçambique e noutros países africanos. Segundo o último relatório da ONUSIDA, divulgado em Joanesburgo, até quatro milhões de pessoas correm o risco de morrer até 2030, caso os cortes sejam mantidos.
O programa afectado é o PEPFAR (Plano de Emergência do Presidente dos EUA para o Alívio do Sida), responsável por fornecer apoio importante a milhões de pessoas nos últimos 20 anos. Moçambique, onde aproximadamente 13% da população vive com HIV, é um dos países mais dependentes dessa ajuda. Profissionais de saúde já alertam para a escassez de antirretrovirais e a sobrecarga das unidades sanitárias.
De acordo com a ONUSIDA, os cortes podem resultar em seis milhões de novas infecções e a reversão de décadas de progresso na prevenção da transmissão vertical de mãe para filho que havia sido amplamente controlada.
A decisão de Washington de redireccionar prioridades orçamentais gerou reações críticas de organizações da sociedade civil, activistas e líderes africanos. Em entrevista recente, Graça Machel classificou a medida como “um retrocesso grave na luta pela justiça global”.
Na ausência de financiamento sustentável, as autoridades moçambicanas e os parceiros de cooperação procuram agora alternativas para garantir que os avanços na resposta ao HIV não sejam perdidos. no apelo é claro: preservar vidas deve estar acima de decisões políticas e financeiras.
