Maputo (O Destaque) -O antigo Ministro do Interior, Pascoal Ronda, está sendo ouvido esta quarta-feira pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito de uma investigação relacionada com alegadas violações de direitos humanos ocorridas durante as manifestações pós-eleitorais no país.
Segundo fontes próximas ao processo, a Procuradoria pretende estabelecer responsabilidades individuais dentro da cadeia de comando, num esforço para garantir justiça às vítimas e reforçar a prestação de contas em situações de abuso institucional.
O CDD, que acompanha de perto os desenvolvimentos, considera esta investigação um passo importante para a reconstrução da confiança pública nas instituições. A organização defende que todas as figuras com poder de decisão à época devem ser ouvidas para que se apure a verdade e se abra caminho à responsabilização efectiva.
Até ao encerramento desta edição, não foi possível obter declarações de Pascoal Ronda à saída da audição.
A audição decorre na sequência de uma denúncia formal apresentada pelo Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD), que responsabiliza a Polícia da República de Moçambique (PRM) pela repressão violenta de protestos pacíficos. As manifestações, que surgiram como resposta a alegadas irregularidades eleitorais, resultaram em centenas de mortos, milhares de feridos e múltiplas detenções arbitrárias.
Na semana passada, a PGR já havia ouvido o ex-Comandante-Geral da PRM, Bernardino Rafael, e agora avança com outras figuras-chave da estrutura governamental da época. Pascoal Ronda é apontado como tendo tido um papel central nas decisões operacionais que ditaram a actuação da polícia durante os protestos.
