Maputo (O Destaque) – A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), propõe ao adiamento das negociações do reajuste salarial para Agosto no país, em virtude crise imposta pela manifestações pós-eleitorais.
“Há que termos em consideração hoje que um reajuste salarial teria um impacto imediato, um aumento médio de 4% nos custos das empresas, especialmente nos sectores de mão-de-obra intensiva. Face a esta conjuntura, como confederação, queremos propor o adiamento da negociação do reajuste do salário mínimo para agosto de 2025”, afirmou presidente do CTA, Agostinho Vuma, durante a abertura da primeira sessão plenária da Comissão Consultiva do Trabalho, que teve lugar em Maputo.
As negociações para o reajuste salarial, especialmente no sector público, geralmente ocorrem no início de cada ano, entre janeiro e abril.
A CTA afirma que o apelo surge em resposta à instabilidade no sector empresarial causada pelas manifestações em contestação aos resultados do escrutínio de 9 de Outubro passado.
Para Vuma, o reajuste actual dos ordenados levaria a possíveis demissões, crescimento da informalidade e pressão inflacionária, para além da redução da arrecadação fiscal e perda de direitos dos trabalhadores.
O representante apelou ainda a implementação de medidas de apoio ao setor privado, como linhas de crédito, isenções fiscais temporárias e reforço da segurança.
Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas pelo ex-candidato Venâncio Mondlane.
De acordo com dados avançados pelo Governo mais de 50 mil pessoas perderam emprego por conta das manifestações pós-eleitorais, um número que pode vir subir.
Os dados foram avançados pela Primeira-ministra, Benvinda Levi, na Assembleia da República, durante a sessão de resposta do Governo às questões formuladas pelas quatro bancadas parlamentares.
De acordo com a Primeira-ministra do levantamento até ao momento realizado, foram destruídos mais de 955 estabelecimentos económicos e sociais e o dinheiro perdido é de cortar o fôlego. São cerca de 32.2 mil milhões de meticais.
Para além da destruição, o Governo calcula pelo menos 80 óbitos.
