Inhambane (O Destaque) – Mais um escândalo na gestão de fundos públicos. O Gabinete de Combate à Corrupção na província de Inhambane, está a mover um processo contra 16 funcionários do Instituto Nacional de Acção Social (INAS), acusados de desvio de mais de 12 milhões de Meticais. O valor em causa, era destinado a mitigação da Covid-19 e ao subsídio social básico.
São funcionários que ocupam diversas áreas no INAS, num esquema que ocorreu entre 2019 e 2020, e, que, só foi despoletado em 2024, depois de uma forte ronda de fiscalização e o Gabinete de Combate à Corrupção diz tratar-se de pessoas devidamente identificadas.
“São pessoas devidamente conhecidas e estão em exercer funções, mas não podemos avançar com os nomes, cargos ou suas repartições para que não possamos por em causa o andamento de processo”, disse a Katia Mussa, Porta-voz do Gabinete de Combate à Corrupção em Inhambane.
Um factor curioso é que, mesmo com os presumíveis ladrões identificados, não há qualquer processo disciplinar aplicado, o que descredibiliza a trabalho levado a cabo pelas autoridades e a Mussa diz tratar-se de um cenário que cria “algum desconforto”. Isso por um lado. Por outro, Gabinete de Combate a Corrupção afirma que do dinheiro desviado, conseguiu até agora recuperar somente 25 mil Meticais, achados durante a fase de instrução.
“No primeiro trimestre, nós não tivemos nenhum valor, para além do recuperado no arranque do processo, ou seja, no ano passado, o valor de 25 mil meticais. Mas isso não quer dizer que até ao fim do mesmo não possamos recuperar mais dinheiro”, garantiu Mussa.
Numa auditoria realizada pelo Tribunal Administrativo para apurar a forma como foram usados os fundos desembolsados pelos parceiros para prevenção e mitigação da COVID-19, em 2023, revelou que o INAS desviou mais 1,7 mil milhões de Meticais. Foram identificadas inúmeras matérias que distorcem as demonstrações financeiras dos fundos, num caso que até ao momento, pouco se sabe sobre o andamento do processo.
