Namialo– (O Destaque) Um grupo de jovens desempregados da vila de Namialo, em Nampula, denuncia acções intimidatórias por parte da Polícia da República de Moçambique (PRM), enquanto desenvolvia actividades informais de extração de quartzo rosa – uma pedra semipreciosa com mercado crescente, sobretudo entre compradores estrangeiros.
Os jovens, maioritariamente sem ocupação formal, alegam que recorrem ao garimpo como forma de garantir o sustento diário. “Não temos emprego. O pouco que conseguimos vem daqui, mas mesmo assim somos tratados como criminosos”, relatou um dos garimpeiros, que pediu anonimato.
Mulheres também participam da actividade, muitas delas deixando filhos pequenos para passar o dia em escavações improvisadas. “Aqui ninguém está a roubar. Só queremos sobreviver”, disse uma das trabalhadoras, visivelmente emocionada.
De acordo com os relatos, agentes da PRM terão tentado expulsar os garimpeiros à força, com alegadas tentativas de extorsão e ameaças de uso de armas. A situação elevou os ânimos e gerou protestos no local, com alguns jovens a ameaçarem resistir caso a repressão continue.
“O país é nosso, e se não querem ajudar, pelo menos que deixem em paz quem está a tentar trabalhar”, afirmou um garimpeiro.
Activistas locais prometeram encaminhar o caso às autoridades provinciais. Já a Direcção Provincial dos Recursos Minerais e Energia em Nampula é criticada por não criar mecanismos legais que permitam a formalização da actividade. Os garimpeiros pedem uma solução urgente: legalização, apoio técnico e proteção contra alegados abusos.
