Inhambane num cenário já mais visto? Quem diria! A revolta popular originada pelo alto custo de vida, veio contrariar o que a história por muito prezava; alias, o que o navegador português Vasco da Gama fez-nos pensar: que essa é “a terra da boa gente”. É que os “manhembanas” despiram-se do espírito de “boa gente”, para exigirem melhores condições de vida, face ao actual cenário que o país vive.
Munidos de objectos contundentes, a população invadiu e ateou fogo contra a sede distrital do partido Frelimo, na vila da Maxixe, tida com a capital económica da província. Tudo, mas tudo foi consumido pelas chamas.
A terra vista como sendo da “boa gente”, hoje, foi o palco da revolta e insatisfação popular. Além de atacar o edifício da Frelimo, os manifestantes obrigaram a paralisação das actividade na vila, incluindo do sector público.
A Unidade de Intervenção Rápida foi destaca ao local para tentar conter ânimos da população enfurecida, mas quase em nada resultou, depois da força ter sido recebida com pedras e paus.
Em Morrumbala, na Zambézia, a situação também era de cortar as aspirações para os membros do partido Frelimo. Nesse ponto, a sede distrital não escapou da fúria popular. Homens, mulheres e crianças se juntaram para protestar contra o que alegam ser custo de vida e pouca acção do Governo da Frelimo, na resolução do problema. É caso para dizer que, na Maxixe e Morrumbala, o denominador é comum. O povo quer mudanças e, por isso, vai construindo a sua própria história.
