O Preço do saber: crianças sofrem ao relento em escolas sem carteiras nem água Em Nampula

Nampula (O Destaque) – Mais de 290 mil crianças frequentam aulas ao relento na província de Nampula, uma realidade alarmante que expõe os alunos ao frio, sol intenso e poeira, pondo em risco a sua saúde e o seu processo de aprendizagem. A informação foi confirmada pelo Director Provincial de Educação em Nampula, Williamo Tuzine, durante uma visita à Escola Primária de Saua-Saua, onde testemunhou de perto as condições precárias em que decorrem as aulas.

Na escola, situada numa zona rural, as salas são improvisadas e não existem carteiras. As crianças sentam-se directamente no chão, usando sacos e outros materiais improvisados. Apesar das dificuldades, os pequenos não desistem: enfrentam o frio matinal e juntam-se junto às paredes para aproveitarem os raios de sol como forma de aquecimento.

Estamos a falar, na província de Nampula, de cerca de 290 mil crianças que estudam debaixo das árvores. É uma situação que nos preocupa profundamente”, disse Williamo Tuzine.

Perante este cenário, o responsável assegura que já estão a ser mobilizados recursos, em parceria com organizações estratégicas, para minimizar a crise. “Precisaríamos de mais de mil salas de aula para acomodar condignamente os alunos. É um esforço grande, mas necessário”, sublinhou Tuzine.

A Escola Primária de Saua-Saua é um dos casos críticos. Além da falta de salas de aula, a instituição carece de água potável e instalações sanitárias. “Vamos trabalhar com parceiros para resolver, a curto e médio prazo, estas situações. A falta de água e casas de banho é um problema sério que também queremos enfrentar com urgência”, garantiu o director provincial.

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