Presidente sul-africano suspende Ministro da Polícia após graves acusações de interferência em investigações

Pretória, (O Destaque) –O Presidente Cyril Ramaphosa anunciou nesta quarta-feira a suspensão imediata do Ministro da Polícia, Senzo Mchunu, após denúncias de suposta interferência em operações policiais e possível conluio com organizações criminosas. A decisão foi tomada com base em relatos do General Nhlanhla Mkhwanazi, alto oficial da polícia sul-africana, que acusou Mchunu e o Comissário Adjunto Shadrack Sibiya de obstruir investigações críticas, incluindo casos de assassinatos com motivação política. 

Segundo fontes oficiais, Mchunu e Sibiya teriam desativado uma unidade especializada no combate ao crime organizado, que investigava uma série de homicídios ligados a redes criminosas. Além disso, há suspeitas de que os dois agentes tenham recebido benefícios financeiros em troca de arquivamento de processos. 

O Presidente Ramaphosa, em pronunciamento público, afirmou que a medida visa garantir a imparcialidade de uma comissão de inquérito que apurará as denúncias. 

Para que a investigação ocorra sem influências indevidas, decidi afastar o Ministro Senzo Mchunu de suas funções, com efeito imediato. Ele se comprometeu a cooperar plenamente com as autoridades”

declarou Ramaphosa. 

Enquanto o inquérito segue em curso, o Professor Firoz Cachalia, especialista em Direito, assumirá interinamente o cargo de Ministro da Polícia. A decisão, no entanto, foi criticada por partidos de oposição, que exigiam a demissão definitiva de Mchunu. 

A suspensão é um passo tímido. O que o povo sul-africano precisa é de justiça e transparência, não de medidas paliativas”, afirmou o líder da Aliança Democrática (DA). 

O caso ocorre em um momento de crescente preocupação com a influência do crime organizado nas instituições sul-africanas, especialmente após uma série de assassinatos de figuras políticas em KwaZulu-Natal.

Enquanto decorre o inquérito, Firoz Cachalia, jurista de renome, foi nomeado interinamente para liderar o Ministério da Polícia. A nomeação procura dar sinais de seriedade e independência, mas gerou reações divergentes. Partidos da oposição consideram a suspensão insuficiente e pedem ações mais firmes contra a alegada captura do Estado.

Este episódio lança luz sobre um problema mais profundo: a fragilidade das instituições sul-africanas face ao avanço do crime organizado. O país vive um momento de tensão, com assassinatos de figuras públicas em KwaZulu-Natal e denúncias de corrupção a minar a confiança da população.

Comissão de inquérito já foi constituída e terá um mandato amplo para investigar o alcance da alegada interferência. Para muitos sul-africanos, mais do que a suspensão de um ministro, o que está em jogo é a integridade da democracia.

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