Maputo (O Destaque) -A recente decisão do Governo de revogar o Decreto nº 58/2004, que assegurava um subsídio aos finalistas de Medicina em estágio clínico, está a gerar descontentamento profundo no seio da comunidade estudantil. Para os futuros médicos, a medida soa como uma perda injusta num momento importante da sua formação.
A posição foi tornada pública pelo Movimento Estudantil da ala da medicina, que congrega a União Nacional de Estudantes, associações e núcleos universitários. Os estudantes consideram a revogação um “retrocesso” e lamentam o que classificam como um distanciamento entre as decisões políticas e a realidade vivida nas unidades sanitárias.
Durante o estágio clínico, os finalistas não apenas aprendem, mas também prestam serviços relevantes em hospitais e centros de saúde. Sem o subsídio que equivalia a 80% do salário de um médico generalista em início de carreira muitos afirmam que terão dificuldades para arcar com alimentação, transporte e até materiais de protecção individual.
Para os estudantes, a medida chega num momento crítico, em que o país ainda lida com a escassez de profissionais de saúde e enfrenta desafios contínuos no atendimento à população. “A revogação enfraquece o compromisso com a valorização da juventude e da formação médica”, afirma uma das associações.
O apelo dos estudantes é que o Governo reconsidere a medida e busque soluções que não comprometam nem a formação dos futuros médicos nem a capacidade de resposta do sistema nacional de saúde. Enquanto isso, o ambiente nos corredores universitários é de frustração e de luta por dignidade.
