Professores de Marromeu cruzam os braços após cinco anos de espera por horas extras

Marromeu (O Destaque) –O silêncio nas salas de aula da Escola Secundária de Marromeu, em Sofala, é agora o som da indignação. Os professores daquela instituição decidiram paralisar as actividades esta semana, em protesto contra o não pagamento de horas extras que, segundo dizem, se arrastam há mais de cinco anos.

A greve, que ganhou força nos primeiros dias de Agosto, resulta do cansaço acumulado por parte dos docentes, que afirmam ter esgotado todos os canais institucionais para resolver a situação. “Já participámos reuniões, enviámos cartas, aguardámos promessas. Mas nada mudou. Cinco anos é tempo demais”, afirmou um dos professores em anonimato.

As horas em causa correspondem a aulas suplementares ministradas fora do horário normal, algumas em turnos noturnos e em substituição de colegas ausentes, com registos devidamente arquivados. No entanto, o Ministério da Educação, via direcção distrital, nunca regularizou os valores em atraso.

A paralisação tem afectado centenas de alunos que, neste momento, encontram-se sem aulas, às vésperas de avaliações cruciais. Encarregados de educação, embora preocupados, manifestam solidariedade à causa. “Não se pode exigir qualidade sem justiça para quem ensina”, comentou um encarregado.

Contactadas, as autoridades locais prometeram, mais uma vez, analisar o assunto, mas sem datas concretas para a resolução do impasse. Enquanto isso, os professores mantêm a greve, exigindo aquilo que consideram ser um direito legítimo e há muito ignorado.

O caso de Marromeu expõe uma realidade recorrente em várias escolas do país, onde o trabalho adicional de docentes muitas vezes esbarra na burocracia ou no esquecimento institucional, mesmo quando se trata de direitos reconhecidos por lei.

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