Maputo (O Destaque) -Em meio aos ataques terroristas, retoma o projecto de gás em Cabo Delgado, um passo que pode impulsionar a economia do país. Patrick Pouyanne, CEO da gigante energética Total Energies, sinalizou a analistas do sector que a tão aguardada retoma das obras do ambicioso projecto de gás natural liquefeito (GNL) em Palma está cada vez mais próxima. A expectativa é que o canteiro de obras em Afungi volte a ganhar vida entre os meses de Junho e Julho deste ano.
Este anúncio representa um marco significativo para a região, que viu o promissor empreendimento de mais de 20 mil milhões de dólares ser interrompido abruptamente em Abril de 2021, em decorrência dos ataques terroristas que atingiram Palma. Desde então, o Governo de Moçambique, em colaboração com parceiros internacionais, tem concentrado esforços na estabilização da área, um trabalho que, segundo informações recentes, permitiu restabelecer um ambiente de segurança propício à retomada das actividades.
A Total Energies demonstra solidez no seu compromisso com o projecto, tendo já assegurado um montante considerável de financiamento, estimado em pelo menos 15 mil milhões de dólares. Um impulso financeiro relevante foi obtido em Março, com a confirmação do apoio do Export and Import Bank dos Estados Unidos da América, que contribuiu com cerca de cinco mil milhões de dólares para o pacote financeiro. Este robusto apoio financeiro sublinha a confiança no potencial do projecto e na sua importância estratégica para o futuro energético global.
O interesse da multinacional francesa em reactivar o projecto em Afungi já havia sido reafirmado em Janeiro, durante um encontro em Maputo entre Patrick Pouyanne e o Presidente da República, Daniel Chapo. Este encontro de alto nível reforçou o entendimento e o alinhamento de expectativas entre a empresa e o governo, pavimentando o caminho para o anúncio da iminente retoma.
Na sua fase inicial, o projecto da Total Energies em Palma tem o potencial de produzir e liquefazer cerca de 13 milhões de toneladas métricas de gás natural por ano. Contudo, as perspectivas futuras são ainda mais animadoras, com planos de expansão que poderão elevar a capacidade de produção para mais de 43 milhões de toneladas métricas anuais. A concretização deste projecto não só impulsionará a economia do país, gerando empregos e receitas significativas, mas também fortalecerá o país como um importante player no mercado global de energia. A notícia da iminente retoma traz consigo uma onda de esperança e expectativa para a região de Palma e para todo o país.
