Quénia (O Destaque) –Nairobi, subiu para pelo menos 38 o número de mortos após os violentos protestos registados na última segunda-feira no Quénia, segundo o mais recente balanço divulgado ontem pela Comissão Nacional dos Direitos Humanos do país. O número supera os 31 óbitos anteriormente relatados, tornando esta a jornada mais sangrenta desde o início das manifestações contra o Presidente William Ruto, há mais de um ano.
A repressão policial, descrita por organismos internacionais como brutal, deixou um rasto de destruição e luto, sobretudo nas cidades de Kiambu (com oito mortos), Nairobi (seis) e Kajiado (seis). Na capital, as forças de segurança mobilizaram-se em peso, bloqueando as principais vias de acesso e deixando as ruas praticamente desertas. Nos arredores, manifestantes e agentes protagonizaram confrontos intensos e violentos.
A origem da crise remonta a Junho de 2024, quando o Governo apresentou um polémico projecto de lei orçamental, altamente criticado pela juventude queniana, que se sente sufocada pelas dificuldades económicas e pela falta de oportunidades. Desde então, uma vaga de protestos tem varrido o país, encontrando uma resposta repressiva por parte das autoridades.
As Nações Unidas manifestaram recentemente “profunda preocupação” com os primeiros relatos de vítimas, classificando os episódios como verdadeiros “assassinatos”. Agora, com mais de uma centena de mortos contabilizados desde o início do movimento, a pressão internacional sobre o Governo queniano tende a intensificar-se.
