Maputo(O Destaque)-A Primeira-ministra, Benvinda Levi, apresentou na última sexta-feira na Assembleia da República a proposta do Plano Económico Social e Orçamento do Estado para 2025, que prevê uma injecção financeira de 513 mil milhões de meticais na economia nacional. Segundo a governante, este montante será suportado por 386 mil milhões de meticais de receitas fiscais e 127 mil milhões de meticais provenientes de apoios externos e empréstimos.
Durante a sua intervenção perante os deputados, a Primeira-Ministra delineou as prioridades estratégicas do documento, organizadas em dois pilares fundamentais. No campo económico, o plano concentrará esforços nos sectores agrícola, industrial, turístico, de recursos minerais e energéticos, bem como na criação de oportunidades de emprego. Paralelamente, no âmbito social, serão privilegiadas as áreas da educação, saúde, acesso à água potável, habitação e protecção social.
A governante alertou, contudo, para um cenário económico complexo no próximo ano, com perspectivas de crescimento moderado na casa dos 2,9%.
“Este desempenho será influenciado por factores internos, como as consequências das manifestações pós-eleitorais, os fenómenos climáticos extremos e a situação de insegurança em Cabo Delgado, e por condicionantes externas, nomeadamente a instabilidade geopolítica global, a flutuação dos preços das matérias-primas e as políticas comerciais da administração norte-americana”, explicou Levi.
Para fazer face a este contexto desafiador, o Executivo estabeleceu um conjunto de metas macroeconómicas ambiciosas. A liderar as prioridades encontra-se o estímulo a sectores-chave como a indústria extractiva (com previsão de crescimento de 5,4%), a construção civil (3%), a agricultura e actividades florestais (3%) e os transportes e comunicações (2,6%).
A manutenção da estabilidade económica passará ainda pelo controlo da taxa de inflação nos 7%, pelo aumento das exportações para 8,4 mil milhões de dólares e pela constituição de reservas internacionais capazes de cobrir 4,7 meses de importações, sem contabilizar os megaprojectos.
Completa o quadro de objectivos a atracção de 5,1 mil milhões de dólares em investimento directo estrangeiro, considerado vital para o desenvolvimento das infra-estruturas nacionais.
A apresentação do PESOE 2025 marca o início de um amplo debate parlamentar sobre as opções de desenvolvimento do país, num momento particularmente sensível da vida nacional. A capacidade de concretização destas metas dependerá, em grande medida, da estabilização do contexto de segurança e da manutenção de fluxos financeiros externos favoráveis.
