Nairóbi (O Destaque)-Raila Odinga, uma das figuras mais importantes e combativas da política do Quénia, morreu nesta quarta-feira, 15 de Outubro de 2025, na cidade de Cochim, no sul da Índia. morre aos 80 anos de idade.
O anúncio da morte foi feito pela polícia indiana à agência de notícias France Presse (AFP). De acordo com as autoridades, Odinga desmaiou durante um passeio matinal nas dependências do centro de tratamento ayurvédico onde se recuperava, acompanhado da sua irmã, filha e médico pessoal. Ele foi rapidamente levado para um hospital, mas os esforços para o reanimar não foram bem-sucedidos e foi declarado morto.
Raila Odinga foi primeiro-ministro do Quénia entre 2008 e 2013, um cargo criado para resolver a grave crise política e os protestos violentos que se seguiram às eleições de 2007. A sua carreira política, que se estendeu por mais de quatro décadas, foi marcada pela sua luta incansável pela democracia e pela sua posição como líder incontestável da oposição no país.
Odinga concorreu à presidência do Quénia por cinco vezes (1997, 2007, 2013, 2017 e 2022). Em quase todas estas eleições, ele contestou os resultados, alegando ter sido vítima de fraude eleitoral. A eleição de 2007, em particular, desencadeou uma onda de violência étnica e política que resultou na morte de mais de 1.200 pessoas no país.
A sua morte ocorre num momento de grande especulação sobre o seu estado de saúde. Nas últimas semanas, a sua ausência da vida pública no Quénia tinha gerado vários rumores, que foram negados publicamente pela sua família e pelo seu partido. A sua esposa, Ida Odinga, tinha garantido recentemente que o marido estava “em boa forma” e a recuperar bem.
A partida de “Baba” como era carinhosamente chamado pelos seus apoiadores deixa um enorme vazio no cenário político queniano. Ele era considerado uma força capaz de mobilizar grandes multidões e a sua ausência deverá abrir um período de reconfiguração e incerteza no seio da oposição do país.
