Niassa (O Destaque) -A fábrica de cimento localizada no distrito de Chimbunila, em Niassa, volta a estar no centro do debate público. Após recentes críticas relacionadas à poluição ambiental e seus impactos na saúde, moradores locais levantam agora outras preocupações: o elevado preço do cimento e a escassa contratação de mão de obra da própria comunidade.
Apesar de a produção ser local, um saco de cimento chega a custar entre 500 e 600 meticais, um valor considerado excessivo por muitos residentes. Jordão Jacinto, morador da região, desabafa:
“O cimento produzido aqui custa 600 meticais. Isso não se justifica. Os jovens continuam a construir casas de argila porque não conseguem pagar esse preço sufocante.”
Outro cidadão, que se identifica como Carlitos “Pedra Nome Feitiço”, critica a política de contratação da fábrica:
“A mão de obra local não passa de 30 pessoas. Muitos jovens daqui foram dispensados. Estão a trazer gente de fora.”
Os moradores argumentam que, além de conviverem com o pó e os efeitos da poluição atmosférica, ainda enfrentam exclusão económica e social num investimento que deveria beneficiar diretamente a comunidade.
A situação levanta questões sobre responsabilidade social empresarial e a necessidade de políticas públicas que promovam preços acessíveis, emprego local e respeito pelo meio ambiente.
