Maputo (O Destaque) –Após dias de intensas especulações e denúncias que circularam nas redes sociais e em plataformas cívicas, o Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas (MAAP) decidiu quebrar o silêncio. Em comunicado emitido esta semana, o MAAP esclareceu oficialmente as alegações de corrupção relacionadas ao concurso público lançado pelo Instituto de Algodão e Oleaginosas de Moçambique (IAOM, I.P.), para a digitalização das cadeias de valor do algodão, oleaginosas e culturas alimentares.
A empresa moçambicana Future Technology foi anunciada como vencedora da adjudicação decisão que rapidamente se tornou alvo de desconfianças, com alegações de favorecimento político. No entanto, o MAAP veio a público afastar qualquer ligação directa entre a sua liderança e os beneficiários do contrato.
“O Ministro da Agricultura, Ambiente e Pescas não é acionista da empresa Flamingo, Lda, que, por sua vez, detém participação na Future Technology Mozambique,” esclarece o comunicado, enfatizando a inexistência de conflitos de interesse.
O Ministério sublinha ainda que o concurso foi conduzido de forma autónoma pelo IAOM, I.P., uma entidade pública com autonomia administrativa e financeira. Segundo o MAAP, “a proposta técnica apresentada pela empresa vencedora foi considerada a melhor e mais realista no âmbito do concurso.”
Como forma de reforçar a transparência, o MAAP anunciou a mobilização da sua Inspecção Geral para realizar uma auditoria in loco junto ao IAOM, I.P. Durante esse processo, os trabalhos relacionados ao concurso estarão formalmente suspensos até à conclusão da investigação interna.
“O MAAP reitera o seu compromisso com a verdade, a legalidade e a transparência, e manifesta total abertura para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais,” conclui o comunicado.
