Recrutamento à força, na Ucrânia estão a raptar homens para a guerra

Kyiv (O Destaque) -A guerra na Ucrânia já não é só com os russos. Agora, o governo ucraniano está a lutar contra a sua própria gente, raptando homens à força para lutar na guerra que já matou milhare, com falta de soldados e cada vez menos voluntários, a crise está a forçar medidas desesperadas.

Anna, de 33 anos, está desesperada. O seu marido foi levado pela polícia durante uma verificação de rotina e agora está num centro de mobilização, sem ela saber onde ele está ou o que lhe vai acontecer.

“Disseram-me que ele estava a fazer testes médicos. Prometeram que me ligariam, mas nada. Hoje estou aqui outra vez”, diz ela, com lágrimas nos olhos.

Anna aceita que o marido tem de servir, mas pergunta: “Se é obrigatório, que seja de forma humana!”.

Kateryna, designer de joias, viu o namorado ser levado durante uma operação de trânsito. Um dia depois, pegou um comboio para o visitar.

“Foi um momento bonito em tempos difíceis”, conta ela, segurando uma carta de amor que escreveu para ele.

A situação está tão grave que os recrutadores estão a caçar homens em discotecas, cafés e até mesmo nas ruas. É um método desesperado para encher as fileiras do exército, que está a sofrer com a escassez de armas e soldados.

Para piorar a situação, o presidente Zelensky autorizou o alistamento de pessoas com mais de 60 anos. A lei marcial permite que idosos se juntem ao exército, mesmo que só para funções administrativas.

Enquanto isso, a Ucrânia tornou-se o maior importador de armas pesadas do mundo, com quase 9% de todas as exportações globais a irem para lá. Mas mesmo com tanto armamento, a falta de soldados está a dificultar a luta contra a Rússia.

Por toda a cidade de Kyiv, os memoriais aos soldados que não voltaram estão a crescer. O preço da guerra é alto, e as famílias estão cada vez mais desesperadas.

A esperança de que a Rússia iria recuar já se foi. Agora, a Ucrânia está numa luta sombria para evitar que as tropas russas avancem ainda mais. Com a produção de armas da Rússia a superar a da Ucrânia e os aliados ocidentais a demorar a enviar ajuda, o futuro parece incerto.

Anna, Kateryna e muitas outras mulheres e mães estão a tentar manter a esperança. Juntam-se com amigos para se apoiarem, enquanto esperam por notícias dos seus entes queridos que foram levados “à força”.

A Ucrânia está a travar uma batalha sangrenta, e o recrutamento forçado está a mostrar o quão desesperada a situação se tornou.

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