Maputo (O destaque) -Moçambique celebra este sábado, 4 de outubro, o 33º aniversário do Acordo Geral de Paz, assinado em Roma em 1992. As cerimónias centrais, realizadas na Praça dos Heróis Moçambicanos, em Maputo, foram presididas pela Presidente da Assembleia da República, Margarida Talapa, em representação do Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, que se encontra em Malawi para uma tomada de posse. A mensagem central foi a necessidade de diálogo contínuo, inclusão e o reconhecimento de que “a paz não é um dado adquirido”.
Em nome do Presidente Daniel Francisco Chapo, Margarida Talapa saudou o povo do Ruvuma ao Maputo, destacando o significado da data. “O dia 4 de outubro representa para todos os moçambicanos a consagração do instinto de perdão, da reconciliação e do renascimento, da esperança de uma vida melhor para as nossas famílias,” declarou a Presidente da Assembleia.
Talapa recordou o difícil caminho para a paz, mencionando os 16 anos de “guerra entre irmãos” que ceifaram cerca de um milhão de vidas. A paz foi classificada como “o fruto da determinação e elevado sentido patriótico que permitiu vencer a diferença e elevar o interesse nacional acima de tudo o que nos divide.”
Talapa enfatizou que a paz exige “manutenção constante” e que a estabilidade actual é resultado do envolvimento dos moçambicanos na busca de “soluções inclusivas e sustentáveis”.
Neste contexto, foi saudado o processo de diálogo nacional e inclusivo liderado pelo Presidente Daniel Francisco Chapo, classificando-o como uma prova “inequívoca da vontade genuína de todo o povo de viver numa sociedade pacífica, inclusiva e reconciliada”. A Presidente da Assembleia reiterou o convite de Chapo a todos os segmentos da sociedade de jovens, empresários, académicos, religiosos e camponeses para se apropriarem deste processo e “partilharem suas ideias sobre o Moçambique que queremos”.
Apesar da celebração, Margarida Talapa não ignorou as ameaças actuais. A Presidente da Assembleia da República reiterou a “condenação firme e incondicional aos ataques terroristas” em Cabo Delgado, que provocam “luto e sofrimento” e forçam populações ao abandono.
Aos que se encontram nas fileiras do terrorismo, foi feito um apelo para que “abandonem o caminho da violência” e se juntem aos demais moçambicanos para o desenvolvimento do país em ambiente de paz. Foi ainda dirigido um “profundo reconhecimento” às Forças de Defesa e Segurança pelo seu empenho e sacrifício na protecção da soberania e das populações.
