Após sete longos meses de detenção na Cadeia Civil, Vitano Singano, o presidente do Partido Revolução Democrática (RD), foi hoje restituído à liberdade, num desfecho que promete agitar o panorama político nacional. Singano era indiciado de liderar uma alegada conspiração de alta perigosidade contra a segurança do Estado.
Vitano Singano era apontado como o cérebro por trás de um plano audacioso que incluiria nada menos que uma invasão à Ponta Vermelha, a residência oficial do Presidente da República.
A dimensão da alegada conspiração não parava por aí: o Ministério Público indicava ainda que Singano teria recrutado membros das Forças de Defesa e Segurança, levantando preocupações sobre a lealdade e a estabilidade das instituições do Estado.
A detenção de Singano, que ocorreu em finais do ano passado, desencadeou uma onda de reações, com o seu partido e apoiantes a denunciarem o que consideravam uma perseguição política.
A sua saída do tribunal judicial da Cidade de Maputo, Singano disse esperar pela leitura da sentença, tendo de seguida afirmado que a sua detenção foi injusta.
“Que nos próximos dias haja sentença, que a verdade venha atona”, disse o líder do partido RD, acrescentando que, o passo a seguir passa por procurar se informar sobre a saúde do partido, que, por sinal, tem estado na mesa de Diálogo Nacional Inclusivo no âmbito da iniciativa presidencial e que diz não ter sido consultado.
“Como presidente do partido Revolução Democrática preciso me informar, porque o vice-presidente tomou a iniciativa de participar sem me consultar, nem procurou saber dos órgãos sociais”, esclareceu Vitano.
Vitano terminou afirmando que nunca ser corrompido e que continuará sendo a “voz dos que não tem voz.”
