Maputo (O Destaque) – Velho problema que transcende para o novo executivo. Os professores ameaçam paralisar as actividades a partir de 1 de Abril, devido a demora na canalização de dinheiro correspondente as horas extras.
Trata-se de professores afectos as províncias de Manica, Nampula e Cabo Delgado que reclamam o pagamento das horas extras e subsídio de segunda turma referente aos anos 2021 a 2023.
De acordo com Isaque Marrengula, presidente da Associação Nacional dos Professores (ANAPRO), vários professores têm demonstrado a sua insatisfação por conta da falta de pagamento.
“Governo não forneceu explicações claras sobre as razões por detrás do atraso e alguns distritos de Nampula não receberam o pagamento até ao momento, para além de alguns professores que estão nas províncias de Manica e Cabo Delgado. A falta de informação está a criar um desanimo no grupo”, esclareceu Marrengula.
A situação em Manica é vista como extremamente crítica, visto que, a dívida é correspondente ao ano de 2021.
O responsável destacou ainda que a desvalorização da classe docente é evidenciada pela falta de pagamento do 13.º salário, o que pode afectar negativamente a qualidade do ensino e da aprendizagem.
“Estamos abertos ao diálogo para entender os modos de pagamento e quando será liquidada a dívida referente a 2021. Caso contrário, vamos paralisar as actividades, porque não há condições para continuarmos”, afirmou.
Já nas restantes províncias e cidade de Maputo os pagamentos ocorrem sem abranger todos os docentes, o que tem gerado confusão.
“A classe esperava receber pelo menos 75% do valor em dívida, mas até agora apenas 10% foi pago. Há casos em que somente dez professores de uma escola, num total de 30, receberam o valor, e os restantes continuam na incerteza”, explicou a fonte.
De recordar que, em Fevereiro último, o Governo prometeu proceder com os pagamentos de horas extraordinárias em dívida com professores, como parte da meta dos 100 dias de governação do novo elenco liderado por Daniel Chapo.
